domingo, novembro 22, 2009

os teus pés vesgos




entrou na porta de costas

descalço, com os pés vesgos

descia carregando medos,

as escadas suspensas em redes.

com visão lenta petrificava o espaço

e, das vidraças retratavam as sombras

do lado de lá, da porta ao lado.

encontrou o anoitecer sem horas,

velas ardiam pela casa,

como astros em campo nu

a claridade existia dentro do tempo.

passeou a memória,

sem excessos

recordou como se movia o mar

e com os dois pés esquerdos

caminhou sobre cal caída das paredes

sujas de palavras.


de dentro sangrava

o fascínio de saber sonhar.




helena maltez






rosto...

  rosto em silabas as artérias estão vazias dentro de mim. escuto gritos sucessivos e a sede é abandono em dias inúteis. o tempo é...